sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Carta do 14º Encontro Nacional de Presbíteros


Tema: A identidade e a espiritualidade do Presbítero, no processo de mudança de época.
Lema: “Escolhido entre os homens e constituído em favor da humanidade” (Hb 5,1)

Estimado Irmão Presbítero!


1.      Debaixo do manto de nossa Mãe Aparecida, Padroeira do Brasil, nós, 409 presbíteros, representando os aproximadamente 22 mil padres, distribuídos por todo o território nacional, nos reunimos durante os dias 1º. a 7 de fevereiro, para refletir sobre nossa identidade e espiritualidade, sob o impacto da mudança de época que vivemos. Cremos que formamos um aspecto bastante significativo do rosto do presbítero brasileiro. Quanto à idade: 31 irmãos com menos de 30; 172 entre 31 e 40; 123 entre os 41 e 50; 65 entre os 51 e 60; 16 entre os 61 e 70 e 2 acima dos 70 anos. Quanto ao tempo de ordenação: até 5 anos, 123; de 6 a 10, 93; de 11 a 20, 112; de 21 a 30, 64; acima de 30, 17 presbíteros.

2.      Dentre os elementos que marcam a mudança de época, o maior de todos, que tem impulsionado todos os outros, é o que ocorreu com o ser humano. Ele descobriu a autonomia do universo e, com isso, sua própria autonomia. Este é o maior sinal dos tempos. O presbítero, como qualquer outro cidadão pós-moderno, não aceita mais que sua identidade venha definida e determinada de fora, como que imposta externamente. Por outro lado, nem sempre se sente capaz de aceitar os desafios de construir sua própria identidade. Assim, uns se refugiam em modelos antigos, com a roupagem nova da tendência devocionista e emocionalista, estética e de grande visibilidade, que lhes emprestam segurança, embora na maioria das vezes não consigam esconder o constrangimento por tal opção. Sabem que a sociedade os questiona quanto às suas motivações mais profundas. Outros, apesar de certa insegurança, assumem o processo desafiador de redefinições permanentes de sua identidade, na perspectiva de responder às demandas que lhes vêm de múltiplos ambientes e situações. Há, ainda, os que não optaram nem pelo modelo clássico do passado e nem se aventuraram a redefinir sua identidade. Simplesmente seguem no ministério um tanto indiferentes às problemáticas atuais que envolvem sua vida.

3.      Destacamos, ainda, a tensão entre um modelo idealizado, proposto pela instituição e o real de cada presbítero. E sob a égide da cultura pós-moderna, constatamos um aspecto novo dessa tensão: a fragmentação da identidade presbiteral e a exacerbação crescente da autonomia, da subjetividade e da dimensão existencial. Com essa moldura, confrontamos os dois milênios cristãos, numa ordem teológica e não cronológica, em que se configuraram predominantemente dois modelos de presbíteros: um entendido na perspectiva pneumatológica-eclesial e outro sob o prisma cristológico-individualista. Com alegria, vemos que o modelo que quer superar essa tensão, abrindo-se à ação do Espírito, à centralidade da Palavra, à qualificação pessoal, à misericórdia nos relacionamentos e à profecia no trabalho evangelizador vem se impondo entre nós. Todos esses elementos dão os novos contornos do debate sobre a identidade presbiteral e que está a exigir de todos nós novas respostas.

4.      Da riqueza das reflexões sobre a identidade do presbítero, saímos do 14º. ENP convencidos de que não colocamos um ponto final no debate. Pelo contrário, aumentamos as interrogações que nos servem de pistas, que alimentarão a continuidade de nossa busca em nossas comunidades eclesiais, em nossos presbitérios e no dia-a-dia do exercício do nosso ministério: Quem sou? O que me motiva e define? Como me posiciono no mundo? Que valores e objetivos me orientam? Que forças movem meus sentimentos, minhas ideias, minhas opções de fundo? Onde estão as certezas que dão fundamentação e rumo à minha ação? Quais as ambiguidades, as penumbras, os conflitos que tornam pesado o meu existir? Quem é “outro” para mim? Quem é meu interlocutor, meu companheiro? A quem amo? Para quem e para que existo? Que sentido dou à minha vida? O que é para mim história e tempo? Com que me identifico? Que transcendência a experiência me ensinou a assumir como realidade última? Quem é o Deus em quem acredito?

5.      Percebemos a profunda inter-relação que há entre identidade e espiritualidade. Na busca da definição de uma delas, a outra vem quase que automaticamente, pois na vida do presbítero ambas se entrelaçam. Constatamos, ainda, que ambas são processuais e que exigem uma postura de conversão profunda e perseverante não só de cada presbítero, mas igualmente da comunidade eclesial na qual estamos inseridos.

6.      Emergiram em nosso encontro características fundamentais do processo de crescimento espiritual: centralidade da Palavra de Deus e na Eucaristia, encontro pessoal com Jesus Cristo, sensibilidade aos sinais dos tempos e discernimentos dos acontecimentos da vida, necessidade de conhecer a pessoa humana para poder conhecer a Deus, comunhão solidária, cuidado de si e dos outros, oração articulada com o cotidiano do ministério, serviço ao povo pela caridade pastoral, disponibilidade missionária, missão profética, vida na e da gratuidade, sacrifício e cruz como constituintes da espiritualidade do presbítero e, por fim, sentimos a urgência de fazer de todo esse processo uma busca da santidade, com destemor e alegria, testemunhando que somos felizes em nosso ministério.

7.      Durante todo o 14º. ENP fomos apoiados por inúmeras manifestações de solidariedade de Bispos que acompanham nossa caminhada, tais como os que se fizeram presentes: Dom Pedro Brito Guimarães, Arcebispo de Palmas e Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada, Dom Jaime Vieira Rocha, Arcebispo nomeado de Natal, Dom Antonio Roberto Cavuto, Bispo de Itapipoca, Dom Zanoni Demettino Castro, Bispo de São Mateus, Dom Paulo Roberto Beloto, Bispo de Formosa, Dom Jaime Spengler, Bispo-Auxiliar de Porto Alegre, Dom Nelson Francelino, Bispo-auxiliar do Rio de Janeiro; os que enviaram suas mensagens: Dom Esmeraldo Barreto, Arcebispo nomeado de Porto Velho, Dom Odilo Scherer, Cardeal-Arcebispo de São Paulo, Dom Cristiano Kraft, Bispo de Jequié, Dom Guilherme Werlang, Bispo de Ipameri, Dom Alfredo Schaffler, Bispo de Parnaíba, Dom Antonino Migliore, Bispo de Coxim, Dom José Moreira, Bispo de Januária, Dom Eduardo Pinheiro, Bispo-Auxiliar de Campo Grande e referencial da Juventude. E para o nosso retiro espiritual tivemos as reflexões de Dom Dominique Marie Jean Denis You, Bispo de Conceição do Araguaia que, partindo do texto de Neemias, nos ajudou a refletir sobre nossa liderança, os obstáculos de nossa missão e as frestas que precisamos saber explorá-las. Fomos ajudados pelas colocações dos nossos assessores: Pe. Jésus Benedito dos Santos e Pe. Manoel Godoy. Contamos, sobretudo, com as orações do Povo de Deus presente em nossas comunidades, que aguarda nossa volta, esperançosos de que retornemos com os ânimos renovados, para darmos continuidade ao processo evangelizador.

8.      Os desafios da cultura pós-moderna, os nossos limites pessoais, os medos e as inseguranças, a extensão e profundidade de nossa missão e as inúmeras incompreensões que experimentamos como presbíteros não nos afugentam e nem nos paralisam, antes, nos colocam em pé de testemunho, cheios de entusiasmo, não daquele entusiasmo fácil e adolescencial, porque confiamos que nosso ministério, embora dependa do esforço de cada um de nós, conta com a assistência permanente da Graça de Deus. Mergulhados nela e por ela exercemos nossa missão evangelizadora, convencidos de que nosso ministério só pode ser vivido coletivamente, em profunda comunhão com nossos presbitérios. Além disso, no Continente Latino Americano, nosso ministério recebe as bênçãos e graças de nossos irmãos mártires, presbíteros, leigos e leigas que, por amor a Jesus de Nazaré, o Cristo, e pelo Reino, entregaram suas vidas, banhando nosso chão com seu sangue e fazendo germinar sementes proféticas de esperança para toda a comunidade eclesial.

9.      Quer sejamos jovens ou idosos, estrangeiros ou autóctones, religiosos ou diocesanos, párocos, vigários paroquiais ou formadores, enfim, em qualquer situação e modalidade em que exercemos nosso ministério é o mesmo amor incondicional a Jesus Cristo que nos leva a crer que nossa configuração a Ele nos enche de sua Graça e nos cumula de esperança e alegria para darmos continuidade à sua missão libertadora, junto da parcela do Povo de Deus a nós confiado, sobretudo cuidando com carinho especial pelos mais pobres e sofredores, pois, como nos alertou o Beato Papa João Paulo II, há neles algo de Cristo que nos obriga a uma opção preferencial por eles.

10.  Caro irmão presbítero, esta nossa carta quer falar diretamente ao seu coração de pastor, renovando seu ardor de discípulo-missionário, e dizendo-lhe que não está sozinho, mas que inúmeros irmãos seus de ministério querem caminhar lado a lado com todo o seu esforço para que Jesus Cristo seja mais conhecido e amado em nosso imenso País.

11.  Diretamente do Santuário de Nossa Mãe Aparecida, partilhamos com todos vocês, queridos irmãos presbíteros, as graças e bênçãos de Deus que sobre nós vieram neste local de peregrinação, onde irmãos e irmãs nossos do Brasil inteiro encontram consolo e respostas para suas angústias e saem daqui reabastecidos para viver com fidelidade seus compromissos batismais.

Aparecida, 7 de fevereiro de 2012





14 ENCONTRO NACIONAL DE PRESBÍTEROS


APARECIDA, 1º A 07 DE FEVEREIRO


Às 20 horas do dia 01 de fevereiro de 2012, no sub-solo da Basílica Santuário de Nossa Senhora da Conceição Aparecida, em Aparecida do Norte (SP), deu-se início o 14º ENP (Encontro Nacional de Presbíteros) com o tema “A identidade e a espiritualidade do Presbítero, no processo de mudança de época”; e o lema “Escolhido entre os homens e constituído em favor da humanidade” (Hb 5,1). A celebração de abertura foi dirigida pelo Arcebispo de Palmas (TO), Dom Pedro Brito Guimarães, Presidente da CMOVC (Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada), da CNBB. Após a celebração de abertura, o Pe. Deusmar Jesus da Silva, Assessor da CMOVC fez a acolhida dos Delegados das CRP’s dos 17 Regionais da CNBB, sendo: CRP Norte 1 (7 presbíteros); CRP Norte 2 (23 Presbíteros); CRP Nordeste 1 (10 Presbíteros); CRP Nordeste 2 (28 Presbíteros); CRP Nordeste 3 (21 Presbíteros); CRP Nordeste 4 (12 Presbíteros); CRP Nordeste 5 (6 Presbíteros); CRP Sul 1 (96 Presbíteros); CRP Sul 2 (35 Presbíteros); CRP Sul 3 (35 Presbíteros); CRP Sul 4 (14 Presbíteros); CRP Leste 1 (20 Presbíteros); CRP Leste 2 (66 Presbíteros); CRP Centro Oeste (42 Presbíteros); CRP Oeste 1 (4 Presbíteros); CRP Oeste 2 (6 Presbíteros); CRP Noroeste (8 Presbíteros). Os mais de 400 Presbíteros foram acolhidos e aplaudidos calorosamente, saudando-se fraternalmente, dando assim um tom todo especial ao 14º ENP.
No segundo dia, após a concelebração eucarística na Basílica Santuário de Aparecida foi feita a primeira exposição sobre o tema “A identidade e a Espiritualidade do presbítero no processo de mudança de época” com a assessoria do Pe. Manoel Godoy. O assessor dentre outras coisas afirmou que é importante refletir sobre a formação dos futuros presbíteros para que os mesmos possam entender que “sua missão não consiste em ser meros funcionários da Instituição”. Ressaltou ainda que “falta profecia no episcopado e não somente nos presbíteros; é preciso caminhar para uma teologia particular; uma eclesiologia da complementariedade no presbitério e configuração a Cristo, a partir do conhecimento dele”.
No terceiro dia de Encontro, após a celebração eucarística em memória a São Braz, com a tradicional bênção da garganta, presidida pelo Pe. Francisco dos Santos, presidente da CNP, no auditório da Basílica Santuário de Aparecida, foram lidas as manifestações advindas de algumas dioceses do Brasil, nas quais os Bispos saudaram os delegados do 14º ENP. Foi feita a apresentação dos presidentes dos Regionais para que a assembléia pudesse conhecê-los, tendo em vista as prévias das eleições que seriam realizadas.  Posteriormente, Pe Jésus começou sua explanação destacando que na atualidade, todas as instituições estão discutindo sua identidade e missão.  O assessor destacou sua opção em utilizar o termo presbítero e não sacerdote, uma vez que, a expressão presbítero traduz o tríplice múnus: sacerdote, profeta e rei. Destacou ainda que os presbíteros devem ser configurados a Cristo, o Bom Pastor e imitar as atitudes do Mestre; ter uma vida de oração com a meditação da Palavra de Deus; vivência dos sacramentos, bem como a acolhida misericordiosa para com o seu povo; viver o que prega através de uma vida eucaristizada na doação, gratuidade de servir ao Reino de Deus procurando esvaziar-se em sua entrega cotidiana, uma espiritualidade da proximidade especialmente para com os mais pobres; ser pastor como animador e guia do povo de Deus na vivencia de uma caridade pastoral; exercer o profetismo não como algo reduzido ao anúncio e denúncia, mas deve transbordar da ação coerente e “visível”; viver a devoção a Nossa Senhora, cultivando a unidade na diversidade existente no presbitério; admitir que estamos em processo, ou seja, que não estamos prontos; ESPIRITUALIDADE ENCARNATÓRIA: Reconhecer os novos rostos dos pobres do nosso tempo;  Desprendimento de si, dos bens, dos títulos, dos cargos, dos ídolos, das ilusões, status, ou seja, um sair de si mesmo e ir ao encontro de Deus e do próximo; Estar sensível aos sinais dos tempos. Encontrar no contexto em que se vive elementos que venham nutrir a mística; Sentir compaixão e misericórdia para com o rebanho que lhe é conferido; Cuidar das pessoas; A proximidade afetiva com o outro, o comprometimento verdadeiro com a sua realidade;  Deslocamento do estar presbítero para ser presbítero, ser padre no altar ou em qualquer lugar; Homem de escuta e sensível ao sofrimento dos irmãos; Disposição para viver a experiência do lava-pés no comprometimento com a realidade local, seja para subir à montanha com Cristo, seja para descer com Ele ao encontro dos irmãos como expressão de uma radicalidade na vivencia do Evangelho; É ter a coragem de ir ao encontro do povo que não está na Igreja e que fica à mercê da grande mídia e do assédio protestante; Perceber que a vivência da vida crista significa unir fé e vida, celebrando a vivência do dia-a-dia;  Assumir o profetismo da Palavra; Sem a Palavra não existe a profecia; Buscar os métodos das ciências para um conhecimento verdadeiro da realidade para não impor algo estranho a ela; É preciso viver uma espiritualidade que busque a santidade; enfim, ser um padre mais feliz, mais contente, capaz de valorizar o ministério do outro.
O quarto dia do 14º ENP começou com a recitação das Laudes. Os mais de 400 Presbíteros iniciaram o dia louvando e bendizendo a Deus pelas suas maravilhas. Terminada a oração, Dom Pedro Brito apresentou o pregador do dia do Retiro, Dom Dominique Marie Jean Denis You, bispo da Diocese de Santíssima Conceição da Araguaia, que apresentou o tema do Retiro: “A espiritualidade do Padre, no processo de mudança de época”. Como motivação central ofereceu uma frase de Simone Weil: “Seria preciso falar coisas eternas para ter a certeza de que são ainda atuais”. Dom Dominique começou dizendo: “A animação bíblica nestes últimos anos nos convida a mergulhar no nosso ser padre e no nosso agir pastoral”, e tomou como texto base de reflexão o livro de Neemias. Diz: “Precisamos voltar na história”, nos colocar na escuta da Palavra de Deus.  Através deste testemunho de Neemias, tentaremos descobrir o que significa “Acolher o Espírito, numa mudança de época”... posteriormente apresentou os Elementos de comparação entre a missão de Neemias e a de um “PADRE, EM ÉPOCA DE MUDANÇA”: Reconhecer a Ação de Deus na história, e fazer esforço para corresponder-lhe (Notícias más, Ne 1-2). Aceitar uma missão em favor de uma comunidade ferida por múltiplas brechas (Visita noturna, Ne 1-2). Favorecer “comunhão e participação” na Comunidade eclesial, e a Unidade entre os Cristãos desunidos (Mutirão, Ne 3). Pastorear o Povo de Deus numa época de mudanças geopolíticas, religiosas e sociais (Alerta máxima, Ne 4). Avaliar as heranças do passado e as novidades que coabitam, na Igreja como na sociedade (Contradições, Ne 5). Assumir a missão junto com aliados pouco transparentes, e diante de adversários desonestos (Paixão, Ne 6). Aplicar uma Pastoral Bíblica, favorecer o encontro entre Deus e o Povo através da Palavra de Deus (a Torah, Ne 8). Anunciar o Reino definitivo na vida cotidiana da Igreja (Festa das Tendas, Ne 8). No final de suas reflexões apresentou as seguintes perguntas: Quais são as muralhas e portas que sempre precisaremos restaurar? Quais são as situações em nosso ministério em que devemos ter mais nas promessas de Deus? Em que áreas da vida da Igreja corremos o risco de ser especialmente tentados a agir com pressa? Qual é o equilíbrio entre a exigência de “guardar o bom depósito da fé (2Tm 1, 12.14), as tradições (2Ts 2, 15) e a de “não apagar o Espírito” (1 Ts 5, 19))? Até que ponto vivenciamos e como fazemos vivenciar a Liturgia como o que ela realmente é: o ponto de encontro entre o passado salvífico, o momento presente e o futuro transcendente? Em nosso exercício do discernimento: qual é a parte da influência que deixamos ao modismo, às opiniões alheias e à promessa do Reino definitivo? Qual é o peso da Leitura Orante em nossa vida, especialmente em relação aos nossos medos ou aos obstáculos encontrados? Para fazer do nosso povo um “povo sedento”, qual é o lugar da “promessa do Reino definitivo” em nossa pregação e vida?
Na manhã do quinto dia houve o 1º e 2º escrutínio para Presidente da Coordenação da CNP. Não alcançando o número suficiente de votos que seriam 2/3 dos presentes em assembléia, aconteceu o 3º escrutínio entre o Pe. Anselmo Matias e o Pe. Lázaro Silva Muniz. O resultado final ficou assim: Pe. Anselmo Matias obteve 208 votos e o Pe. Lázaro Muniz, 126 votos. Em relação ao vice-presidente ficou definido no 1º escrutínio. O Pe. Orcalino Lopes da Silva obteve 177 votos. Para a secretaria da CNP, após o 3º escrutínio o Pe. Nilton Reami obteve 172 votos e o Pe. José Maria da Silva Ribeiro, 98 votos.
O sexto dia do 14º ENP começou com a Celebração Eucarística presidida pelo Pe. José Maria Ribeiro, Presidente da ANPB. A celebração teve como destaque os 20 anos de fundação da ANPB. Saudou os presentes e expressou a alegria de em nome dos 1401 Presbíteros sócios da Associação Nacional de Presbíteros – ANPB, ter a oportunidade de presidir a convite da Diretoria da CNP a Celebração Eucarística neste 14º ENP. Após a celebração eucarística foram apresentados os presbíteros que são sócios da ANPB, presentes no 14º ENP. Dando continuidade aos trabalhos, o Pe. Jésus destacou que o presbítero foi gestado ao longo da história. Ele aprofundou a temática da identidade como procura da auto-afirmação de si, dizendo que não somente a Igreja gera identidade, mas outras instâncias da sociedade. Quem é o presbítero Católico? O Ser humano descobriu o universo e assim descobriu sua autonomia, eis o grande sinal dos tempos. Na história parecia que havia um único modelo de presbítero, mas hoje percebe-se que houve toda uma construção. A história nos ajuda a perceber a construção do ser presbítero. Na parte da tarde Pe. Jésus destacou a mística do cuidado, na qual é um compadecer-se de si e do rebanho. “Cuida de ti mesmo e de todo o rebanho”. É acreditar que nós presbíteros podemos fazer algo de bom. Percebe-se que hoje as pessoas são mais críticas. A Igreja católica é agora uma das geradoras de sentido para a sociedade, ao lado da mídia e da política, entre outras. Precisamos estar abertos ao diálogo. Somos mais uma voz, falando. Cresce hoje a democracia, grupos minoritários alcançam hoje mais status. Os espaços estão mais alargados. Novos sujeitos sociais. Sujeitos pós-modernos de maior complexidade, contradição e fragmentado. Uma geração digital surge e que não aceita autoridade. Geração que cobra muito a coerência senão denuncia. É preciso a conversão pastoral. Por isso, a Pastoral presbiteral surge como proposta alternativa frente ao individualismo e amizades falsas.
Na noite do dia 06 de fevereiro de 2012, a Comissão Nacional de Presbíteros sob a presidência do Pe. Francisco dos Santos se reuniu para a eleição da nova Coordenação. Após a apresentação dos nomes indicados pela assembléia do 14º ENP foi redigida a seguinte Ata: “Aos seis dias do mês de fevereiro do ano de 2012, a Comissão Nacional de Presbíteros (CNP) reuniu-se em assembléia, sob a presidência do Pe. Francisco dos Santos, no 14º Encontro Nacional de Presbíteros, realizado em Aparecida (SP), de 01 a 07 de fevereiro do corrente ano para eleger a nova Coordenação da CNP para o quadriênio 2012-2016. Foram registradas as ausências do Pe. André Cardoso de Araújo (Oeste 2) e do Pe. Mário Spaki (Sul 2), sem justificativa. Diante das discussões sobre os procedimentos eleitorais segundo o Estatuto da CNP e pelas Normas Complementares para as prévias e as eleições, a CNP decidiu acolher os resultados obtidos nos escrutínios correspondentes às previas e às eleições e confirmar nas funções de Presidente, Pe. Anselmo Matias Limberger (Sul 1), Vice-Presidente, Pe. Orcalino Lopes da Silva (Centro Oeste) e para Secretário, Pe. Nilton Reami (Sul 2). Não tendo mais nada a tratar, foi lavrada a seguinte Ata que depois de lida e aprovada, será assinada pelos membros da Comissão Nacional de Presbíteros”.
Na manhã do sétimo e último dia de Encontro, após o café, todos os presbíteros e bispos presentes reuniram-se para a Concelebrarem a Eucaristia no Santuário de Nossa Senhora Aparecida, sob a presidência de Dom Jaime Spengler, membro da CMOVC. No início da celebração o Cardeal Dom Raimundo Damasceno de Assis, Arcebispo de Aparecida e Presidente da CNBB, agradeceu aos presentes e dirigiu algumas palavras aos presbíteros, bispos e povo de Deus. Ao término da celebração eucarística foi feita a posse da nova coordenação nacional da Comissão Nacional de Presbíteros e dado por encerrado o 14º Encontro Nacional de Presbíteros.

Márcio Pinheiro, Secretário da Comissão Regional de Presbíteros – Norte 2