sábado, 4 de junho de 2011

O Presbítero Hoje

“Depois de Deus, o sacerdote é tudo!”.


            Estamos no Ano Sacerdotal. É pouco tudo o que fazemos ao longo deste ano para nos conscientizarmos da importância do sacerdote em nossa vida, e devemos também rezar para que o sacerdote compreenda a si mesmo.
            Na sua humildade, o Santo Cura d’Ars tentava compreender o grande dom que tinha recebido e se sentia pequeno e pobre. Ele teve consciência de que o sacerdócio não é “status” nem degrau para subir mais alto, nem para ter uma vida tranqüila e cômoda, mas sim, um estilo de vida que toca a profundidade do mistério de Cristo em que somos chamados a mergulhar. Às vezes eu me surpreendo comigo mesmo e acredito nem mesmo ter consciência, nem saber de verdade toda a grandeza do sacerdócio que um dia recebi.
            O Santo Cura d’Ars tinha a plena consciência de que o sacerdote carrega em si mesmo uma grandeza que ninguém pode medir, um poder que não pode ser calculado, uma força gigantesca que Deus lhe confere de reerguer qualquer pecador e de perdoar os pecados para que a nossa vida possa ressurgir.
            O Santo Cura d’Ars dizia: “Deus lhe obedece: ele pronuncia duas palavras e, à sua voz, Nosso Senhor desce do céu e encerra-se numa pequena hóstia”. E, ao explicar aos seus fiéis a importância dos sacramentos, dizia: “Sem o sacramento da Ordem, não teríamos o Senhor. Quem o colocou ali naquele sacrário? O Sacerdote. Quem acolheu a vossa alma no primeiro momento do ingresso na vida? O sacerdote. Quem a alimenta para lhe dar a força de realizar a sua peregrinação? O sacerdote. Quem há de prepará-la para comparecer diante de Deus, lavando-a pela última vez no sangue de Jesus Cristo? O sacerdote, sempre o sacerdote. E se esta alma chega a morrer [pelo pecado], quem a ressuscitará, quem a restituirá a serenidade e a paz? Ainda o sacerdote. (...) Depois de Deus, o sacerdote é tudo! (...) Ele próprio não se entenderá bem a si mesmo, senão no céu”.
            Estas afirmações, nascidas do coração sacerdotal daquele santo pároco, podem parecer excessivas. Nelas, porém, revela-se a sublime consideração em que ele tinha o sacramento do sacerdócio. Parecia subjugado por uma sensação de responsabilidade sem fim: “Se compreendêssemos bem o que um padre é sobre a terra, morreríamos: não de susto, mas de amor. (...) Sem o padre, a paixão e a morte de Nosso Senhor não teriam servido para nada. É o padre que continua a obra da Redenção sobre a terra (...) Que aproveitaria termos uma casa cheia de ouro, se não houvesse ninguém para nos abrir a porta? O padre possui a chave dos tesouros celestes: é ele que abre a porta; é o ecônomo do bom Deus, o administrador dos seus bens (...) Deixai uma paróquia durante vinte anos sem padre, e lá adorar-se-ão as bestas. (...) O padre não é padre para si mesmo, o é para vós” (Carta do Papa Bento XVI por ocasião do Ano Sacerdotal).
            Quis repetir estas palavras do Santo Cura d’Ars para que todos, sacerdotes ou não, possamos ter a consciência de que, na nossa vida, o sacerdote é tudo, e sem ele somos nada.
            E para concluir nossa reflexão de hoje, rezemos por nós sacerdotes, a fim de que tomemos consciência do grande dom que recebemos de Deus, sem mérito algum de nossa parte. Que a Virgem Maria, Mãe e Mestra do sacerdote interceda por nós, filhos seus.

Pe. José Maria da Silva Ribeiro
Presidente da CRP – Norte II
Presidente da ANPB

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